A Rede de Comércio Justo e Solidário propõe outra forma de pensar o consumo, a partir de um compromisso social, da justiça de gênero, da promoção do associativismo e da solidariedade. Diversas ações vêm sendo realizadas nessa rede, como cursos de Viabilidade Econômica e Gestão Democrática, Encontros Gerais e Feiras. Como resultado, celebramos algumas conquistas:

• Mudanças no planejamento de empreendimentos econômicos solidários (EES), que passou a ser mais coletivo, na compreensão da gestão como um processo político de democratização da tomada de decisão e na qualificação dos processos produtivos;
  
• Elaboração de planos de sustentabilidade por parte de mais de 20 empreendimentos;
  
• Criação do Fundo Justo e Solidário, para avançar a sustentabilidade da Rede; e
  
• Realização de 14 feiras em eventos da IECLB, envolvendo em torno de 23 mil pessoas, impulsionando uma mudança em relação ao compromisso com o consumo responsável e a adoção do comércio justo como critério na definição de suas compras.
  

O projeto Catadoras e Catadores em Rede busca promover a justiça econômica e socioambiental, através do avanço na autogestão da cadeia produtiva de reciclagem.

Atualmente, ele abrange 33 municípios do Rio Grande do Sul, atendendo 36 associações e cooperativas, com a participação de 810 catadoras e catadores de materiais recicláveis.

A FLD trabalha em crescente parceria com essas organizações, por meio da articulação de diferentes projetos que geram resultado como:

• A ampliação da capacidade de gestão das organizações por meio da realização de oficinas de planejamento estratégico participativo;
  
• Maior incidência junto a Prefeituras municipais, conselhos de meio ambiente, Defensoria Pública e Ministério Público para a efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos;
  
• Atualização dos instrumentos legais das associações e cooperativas, com auxílio de assessoria jurídica; fortalecimento de mulheres catadoras, maioria dentro do espaço produtivo, por meio da participação em encontros de formação dos grupos de mulheres;
  
• Melhoria dos processos produtivos por meio da realização de formações sobre criação e formatação de ferramentas administrativas; e
  
• Aumento da responsabilidade ambiental por meio de campanhas de educação ambiental em escolas e espaços públicos.
  

O Comitê é um espaço de articulação e incidência dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa. Ele nasceu a partir da metodologia de elaboração coletiva da publicação sobre a sociobiodiversidade do bioma Pampa, idealizada pelo Projeto Pampa.

Foi por meio deste projeto que a FLD passou a atuar junto a diferentes grupos, comunidades e povos que vivem no bioma Pampa e que, com seus modos de vida e conhecimentos tradicionais, promovem a conservação da biodiversidade e das paisagens deste bioma. Essa aproximação gerou resultados como:

• A maior compreensão sobre os direitos étnicos e territoriais, e sobre a importância da luta e da resistência intercultural por parte das lideranças que integram o Comitê;
  
• A publicação do livro "Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa", que foi utilizado como referência em livro didático do Ministério da Educação (MEC);
  
• Elaboração de 2 manifestos sobre mineração no Pampa e violação de direitos humanos entregues ao Ministério Público Federal; e
  
• Participação em 10 oficinas para a construção de políticas de ordenamento territorial no âmbito do Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE-RS, da plataforma de Povos e Comunidades Tradicionais no Cadastro Ambiental Rural – CAR e da atualização do Mapa das Áreas Prioritárias para conservação da biodiversidade do Pampa (Instituto Curicaca/FUNBIO-MMA).
  

A Rede CAPA de Agroecologia busca ampliar a produção, beneficiamento e comercialização agroecológica, por meio do uso e da conservação da biodiversidade e da valorização da sociobiodiversidade, envolvendo comunidades indígenas e quilombolas, assentamentos da reforma agrária, grupos e organizações da agricultura familiar, de mulheres e de jovens.

As ações envolvem a implantação de Unidades de Referência, assessoria para a transição agroecológica, construção de espaços de gestão democrática com justiça de gênero e participação em espaços de incidência pública que envolvem a Mata Atlântica e o Pampa.

A Rede de Diaconia é uma proposta de articulação das instituições diaconais da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), com foco no fortalecimento da sua atuação, formação, incidência pública e sustentabilidade.

O Grupo Gestor da Rede foi consolidado com participação ativa de representantes de instituições que atuam com crianças e adolescentes, pessoas idosas, povos indígenas, agroecologia, saúde popular e tradicional, formação da juventude e de representantes do Conselho Nacional da Juventude Evangélica (CONAJE), Conselho Nacional de Diaconia (CONAD), FLD e Secretaria Geral da IECLB.

Após seis anos de existência, a Rede de Diaconia é uma realidade dentro da Igreja, sendo vista como espaço de articulação para o fortalecimento da diaconia transformadora. Ela conta, inclusive, com um Projeto Político Pedagógico e, através dela, a FLD tem gerado resultados como:

• Acompanhamento de 37 instituições diaconais, sendo 4 mantenedoras e 33 instituições de atendimento, com ênfase no apoio a realização de avaliações institucionais e planejamento;
  
• Apoio a 7 projetos de avaliação e/ou planejamento e 3 com o tema justiça de gênero;
  
• Realização de 2 encontros inter-regionais com participação de 78 pessoas de 56 instituições; e
  
• Realização de 2 cursos de gestão de 40 horas, em São Paulo e Rio Grande do Sul, com participação de 54 pessoas de 37 instituições ligadas à governança e gestão.
  

A Nem Tão Doce Lar envolve uma metodologia de intervenção coletiva para a superação da violência familiar. Trata-se de uma mostra itinerante que possibilita a popularização da discussão e do enfrentamento da violência, ao levar para o espaço público uma típica casa familiar, com informações e imagens que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças e jovens.

Temas como o elemento da violência religiosa e a desconstrução dos discursos religiosos fundamentalistas a partir de uma hermenêutica da suspeita, tem sido um diferencial apresentado pela FLD por meio da metodologia Nem Tão Doce Lar. Confira alguns dos resultados da mostra:

• Estima-se que mais de 20 mil pessoas visitaram a exposição;
  
• Mais de 1000 pessoas foram sensibilizadas para o tema da superação da violência doméstica e familiar por meio de palestras, rodas de conversa e mini oficinas;
  
• Mais de 1200 pessoas foram capacitadas nas oficinas de acolhedoras e acolhedores para as exposições; e
  
• Foram realizadas oficinas de sensibilização em 5 cidades da província de Missiones na Argentina, em parceria com a Iglesia Evangélica del Rio de la Plata, envolvendo 5 paróquias e um total 85 lideranças comunitárias.
  

Este grupo de trabalho nasceu com os objetivos de auxiliar na elaboração de projetos de Educação para a Solidariedade e Paz, oferecer espaços de partilha de experiência e de formação, sob o tema Educação para a Solidariedade e Paz, fortalecer o trabalho missionário e visionário das escolas da Rede Sinodal de Educação e ampliar as parcerias entre setores e departamentos da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e da Rede Sinodal de Educação, incluindo organizações do exterior.

Desde a sua constituição, em 2017, o grupo de trabalho teve como principais entregas e resultados:

• A elaboração coletiva de material de divulgação do projeto e o comprometimento da rede e dos colégios com a proposta;
  
• A inclusão da FLD na Rede Global Pedagógica - Global Pedagogical Network – GPEN Reformation, uma rede internacional de escolas protestantes e organizações sociais que visa intercâmbio de experiências e conhecimentos na área de educação para a paz; e
  
• A participação da FLD-COMIN-CAPA no Encontro Nacional de Professoras e Professores de Ensino Religioso e Pastoral e no Encontro Nacional de Liderança Jovem, promovido pela Rede Sinodal de Educação, com o tema Educação para a Solidariedade e Paz.
  

O Encontro Nacional de Liderança jovem contou com feira da Rede de Comércio Justo e Solidário, feira de artesanato indígena, exposição Nem Tão Doce Lar e oficinas sobre justiça de gênero, comércio justo e solidário, povos indígenas, comida boa na mesa e Rede de Diaconia.

A realização do encontro abriu boas perspectivas para avançar com ações transformadoras nas escolas.

A co-coordenação do Comitê, em 2018, resultou na aprovação de 14 declarações públicas que, dentre outros temas, denunciam a ameaça real do Estado de direito democrático, a ameaça das liberdades civis, o ataque aos direitos humanos e às garantias fundamentais consagradas na Constituição Federal, e chamam aos governos e organizações internacionais para atuar na defesa da democracia e garantir a segurança dos defensores e defensoras dos de direitos humanos. Assim como convoca todas as iniciativas inter-religiosas a defender e disseminar a importância do Estado laico.

A realização deste missão resultou na produção de dois documentos públicos de denúncia de violações dos direitos dos povos indígenas no RS, para incidência e solidariedade, um voltado às autoridades governamentais e outro às igrejas.

O acesso aos recursos do Programa de Pequenos Projetos (PPP) da FLD é feito, prioritariamente, via participação em editais divulgados em sites, redes sociais e outros veículos de comunicação.

Os projetos são enviados por meio de uma plataforma de projetos, disponibilizada no site da FLD a cada abertura de edital.

O PPP não considera, para análise, projetos enviados por pessoas físicas, instituições privadas, órgãos públicos e instituições de ensino superior.

Os editais versam sobre as áreas temáticas de Justiça Econômica, Justiça Socioambiental, Diaconia, Direitos e Ajuda Humanitária, e consideram o critério transversal de Justiça de Gênero.

Para a FLD, Justiça de Gênero é a existência de relações igualitárias de poder entre mulheres e homens, e a eliminação de sistemas institucionais, culturais e interpessoais de privilégio e opressão, que fundamentam a discriminação. A justiça de gênero é compreendida na interseccionalidade com geração, etnia, classe social e orientação sexual.